segunda-feira, 27 de agosto de 2007

El Laberinto Español : 7.- RUEDO IBÉRICO: RADICALMENTE LIBRE



7.- RUEDO IBÉRICO: RADICALMENTE LIBRE

Ediciones Ruedo Ibérico nació en París en 1961 por la iniciativa de un grupo de exiliados con el fin de paliar el déficit de publicaciones históricas, políticas y de pensamiento que sufría el país debido a la censura franquista. La idea era editar en París e introducir los libros clandestinamente en España. José Martínez Guerricabeitia fue el editor, director y principal animador del proyecto que llegó a editar 150 libros entre 1966 y 1977.

El director del programa, Jorge Martínez Reverte, conducirá en el plató un debate en torno al tema “Los transterrados”, en recuerdo del enorme número de intelectuales españoles (artistas, escritores, etc.) que tras la victoria del Régimen Franquista tuvieron que huir a otro país para no ser exterminados. Entre los invitados al debate se encuentran Jose Luis Abellán, Catedrático de Filosofía de la Universidad Complutense, Premio Nacional de Ensayo, Presidente del Ateneo de Madrid; Mª Jesús Santesmases, Química e Investigadora en el Instituto de Filosofía del Centro Superior de Investigaciones Científicas en temas relacionados con Historia de la Ciencia. Autora de una reciente biografía de Severo Ochoa; y Joaquín Leguina, Doctor en Ciencias Económicas por la Universidad Complutense y Doctor en Demografía por la prestigiosa Universidad de La Sorbona, en París.

DOCUMENTAL :
Duración: 71,58 minutos.
Tamaño: 849,98 MB.
El.Laberinto.Español.(Ruedo.iberico, radicalmente.libre).(DVB-T_RIP.XviD.mp3).por.R2D2.avi

DEBATE :
Duración : 46,56 minutos.
Tamaño: 420,66 MB.
El.Laberinto.Español.(Debate_Los.transterrados).(DVB-T_RIP.XviD.mp3).por.R2D2.avi

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

"Grandes Portugueses" : D. João II



Duas palavras descrevem D. João II: clarividência e determinação. Com apenas 19 anos planeou a expansão marítima portuguesa e pensou grande: assinou o Tratado de Tordesilhas, assegurando para Portugal a posse do Brasil e a manutenção do comércio com a Índia. Foi um monarca implacável, que não hesitou diante de nada para atingir os seus objectivos. Mesmo que isso significasse aniquilar os inimigos. Tinha uma jovem austeridade, mas o seu sentido de justiça tornou-o querido do povo. “Colocou Portugal no centro do mundo”, diz o historiador de arte Anísio Franco.


Não é fácil compor o rascunho da vida de D. João II. O cognome “o Príncipe Perfeito” assenta-lhe como uma luva. Enquanto o pai guerreava contra os vizinhos castelhanos, o príncipe herdeiro preparava a expansão portuguesa. Era um homem esclarecido, com “extraordinária visão estratégica”, afirma Fernando Nobre, presidente da Fundação AMI e um apaixonado pela história de Portugal. D. João II introduziu a idade moderna no País. “Tinha um projecto extremamente avançado”, diz, por sua vez, o historiador Rui Afonso. Um projecto simultaneamente administrativo, cultural e económico.

D. João nasceu em Maio de 1455, filho do rei D. Afonso V e de D. Isabel de Urgel. O infante tinha 16 anos quando participou, ao lado do pai, na conquista de Arzila, praça-forte do Norte de África. Foi um baptismo de guerra para o príncipe herdeiro. Consta das crónicas que foi armado cavaleiro nesse mesmo dia.

Em 1474 D. Afonso V entregou a D. João a política de expansão marítima do reino. O infante enveredou por um caminho diferente do que o pai tinha seguido. Em vez de se concentrar no Norte de África, decidiu expandir para o Sul. O grande objectivo era a descoberta de uma passagem para o oceano Índico. D. João II olhava para o mundo questionando-se constantemente como ele funcionava. “Percebeu que, para Portugal ser uma grande potência, tinha de dominar o Índico”, salienta o escritor Manuel Margarido. Esta política conduz à assinatura do Tratado de Toledo, em que Portugal aceitava partilhar com Castela o oceano Atlântico pelo paralelo das Canárias. Isto proporcionou a hegemonia de Portugal em África e protegeu aquela que seria conhecida como “rota do cabo”. “D. João II soube defender o seu projecto de exploração marítima, tanto interna como externamente”, diz o tenente Gonçalves Neves, investigador do Museu de Marinha. No meio destas tarefas, casou com D. Leonor, uma das filhas do infante D. Fernando, irmão de Afonso V.

O reinado de Afonso V foi marcado por lutas constantes com Castela. A guerra obrigava o rei a ausentar-se muitas vezes. Delegou, então, o poder em D. João. Quando o conflito terminou, o governo estava, de facto, nas mãos do infante, que impediu o pai de se lançar em novas aventuras bélicas.

D. Afonso V morreu em 28 de Agosto de 1481. D. João II foi reconhecido como rei - “alevantado”, como se dizia na época - três dias depois, em Sintra, sendo o juramento do reino realizado em Évora, em Novembro seguinte, antes da reunião das Cortes, convocadas para o efeito. Não tardou a revelar uma maturidade política impressionante. Começou por promover a centralização e modernização do governo. “Criou um Estado aberto a novas ideias”, lembra o padre Vítor Melícias. Porém, o reino não estava em situação fulgurante. O estado das finanças era tal que D. João terá mesmo dito: “Herdo apenas as estradas de Portugal.” A prioridade foi fortalecer o seu poder. Como tal, lidou de forma implacável com a alta nobreza. Mandou prender ou assassinar personalidades como D. Fernando, duque de Bragança, ou D. Diogo, duque de Viseu. Tinha uma energia e uma tensão de fera pronta a atacar a presa. “Era um homem de paixões, por vezes cruel, mas que não deixava de ter um grande sentido de justiça”, conta Manuel Margarido. Equilibrou os poderes entre o clero, a nobreza e o povo. “Foi um homem que fez de plebeus cavaleiros”, acrescenta Fernando Nobre.

Para além de notável estadista, D. João II revelou-se um exímio diplomata. Na política externa, de facto, sempre preferiu usar a diplomacia - não a guerra. Esta era uma das características mais marcantes da personalidade do rei. Nas mais complexas decisões, com margem de manobra limitada pela própria natureza dos actos, conseguia criar uma onda de consensos à sua volta. “Teve uma estratégia bem delineada para a projecção de Portugal além-fronteiras”, relata Fernando Nobre. Se fossem concretizadas em ambiente de guerra, as viagens de Diogo Cão ao longo da costa africana e a expedição de Bartolomeu Dias à ponta de África teriam sido bem mais difíceis.

“A viagem de Bartolomeu foi particularmente importante. Abriu as portas ao plano que D. João II tinha na cabeça: a chegada à Índia”, lembra escritora Ana Maria Magalhães. A viagem de Cristóvão Colombo e a descoberta de novas terras vieram acelerar a necessidade de criar um novo tratado que garantisse os interesses de Portugal. Em 1494 foi assinado o Tratado de Tordesilhas, que dividiu o chamado “Novo Mundo” entre as duas potências atlânticas. Antes de chegar ao tratado, D. João usou vários recursos, entre os quais a pressão política e a espionagem. “D. João II tinha muitos espiões”, conta a directora do Palácio Nacional da Ajuda, Isabel Silveira Godinho. Nestes aspectos delicados da gestão do Estado, era um equilibrista da melhor estirpe. Descobrir o que a outra potência sabia sobre rotas e novas terras era uma questão de vida ou de morte. Durante as negociações do Tratado de Tordesilhas, D. João II lutou para que a linha divisória ficasse a 370 léguas a oeste de Cabo Verde, e não a 100, como estava previsto. Há várias teorias para explicar esta insistência. Especula-se que já se sabia da existência do Brasil. Para o historiador Jorge Couto, a única certeza é que, sem este traçado, “Portugal não teria qualquer posição no continente americano, ficando confinado a África e Ásia”.

Estes sucessos foram ensombrados pelo problema de sucessão causado pela morte do filho de D. João, o infante D. Afonso. O rei ainda pensou nomear o seu filho ilegítimo, D. Jorge, mas a solução poderia causar conflitos internos. Escolheu, por isso, D. Manuel, irmão da rainha. “Colocou os interesses do reino acima de tudo, incluindo do seu afecto pelo filho D. Jorge”, declara Jorge Couto. O rei morreu no Algarve em Outubro de 1495.

Aquando da morte de D. João II, Isabel de Espanha terá dito: “Morreu ‘o homem’!” A frase confirma a grandeza de um rei que foi um dos primeiros homens de sempre a ter uma visão global do mundo. “Foi ele que levou Portugal a construir o império do século XVI”, remata o comandante Rodrigues Pereira, director do Museu de Marinha.

Link E-Mulle: Grandes.Portugueses.D.Joao.II.RTP1.JPL.TVRIP.avi

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Grandes Portugueses - D. Afonso Henriques



Foi o primeiro rei de Portugal, um dos Estados mais antigos da Europa. Definiu, através de várias conquistas, praticamente o território que é hoje Portugal. Soube sacrificar-se em nome de um sonho quando lutou contra a mãe em São Mamede e fez as pazes com Afonso VII, rei de Leão e Castela. Após a mítica batalha de Ourique, foi coroado rei. Foi um homem sem medo. Nasceu em Guimarães e morreu em Coimbra, onde está sepultado. Quando deu por terminada a obra, o território nacional estava quase delineado. “Aí tem um português que, em vida, conseguiu ter um sonho e concretizá-lo”, diz o cineasta António Pedro Vasconcelos.


“Pelo sonho é que vamos”, acreditava o poeta Sebastião da Gama. Quase 800 anos antes, D. Afonso Henriques também seguia um sonho e tornava-o realidade: construía Portugal.

Nasceu presumivelmente em Guimarães em 1111, uma data que já adivinhava algumas conquistas, como ser o primeiro rei de Portugal e o primeiro (e único, até hoje) a governar durante 57 anos, 45 dos quais com o título de rei. “Guimarães é isso mesmo: um marco. E Afonso Henriques, uma referência”, diz Fernando Seara, presidente da Câmara de Sintra e professor de Ciência Política.

Com a morte do pai, o conde D. Henrique de Borgonha, é deixado aos cuidados de um aio, de nome Egas Moniz. A mãe, D. Teresa, filha ilegítima do rei de Leão e Castela, governaria o Condado Portucalense até que atingisse a maioridade.

Afonso Henriques cedo aprendeu a subverter. Aos 14 anos, o infante armou-se cavaleiro na catedral de Zamora, em Espanha. Ali “tomou por suas próprias mãos, do altar de São Salvador, as armas militares e ali mesmo, no altar, as vestiu e cingiu […] Vestiu-se com a cota assim como Gigas, que era de grande corpulência, e cingiu-se com as suas armas de guerra”, segundo reza a “Crónica dos Godos” (textos realizados no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra e citados pelo historiador Alfredo Pimenta). Nascia um mito.

De imediato, os fidalgos de Portucale fazem do infante o porta-estandarte da luta pela independência dos seus domínios face a Leão, que D. Teresa tinha iniciado. “Afonso Henriques era uma emanação de alguma coisa de colectivo que existia neste pequenino Portucale”, diz o cineasta Lauro António.

Durante a regência, a fidalga enamorou-se de um nobre galego, Fernão Peres de Trava, e cedeu-lhe o lugar na condução dos destinos do território. O objectivo do conde de Trava era simples: desposar D. Teresa e retirar ao filho desta o poder. Deu-se início a uma luta que só teve fim em São Mamede, perto de Guimarães, no ano de 1128. Afonso saiu vitorioso. Enfrentou tudo sem fragmento de temor. Parecia ter uma fé implícita nas reservas inesgotáveis do seu corpo. Teresa e Fernão saíram de cena. “Afonso Henriques é o homem que nos libertou, e a libertação é sempre um fenómeno de afirmação”, diz Fernando Seara. Ele é a prova de que tudo começa através do sonho de alguém.

Distraído com as questões com Castela, mal dá pelo ataque dos muçulmanos, que tinham tomado Leiria e Tomar e chegavam às portas de Coimbra. Para fazer-lhes frente, Afonso Henriques pede tréguas ao rei castelhano, fortifica o Sul do reino e parte para a guerra contra os muçulmanos. “Sabia o que queria da vida e não mandava os outros fazerem por ele”, lembra a escritora Ana Maria Magalhães.

É nos campos da alentejana terra de Ourique que cimenta a sua aura de “escolhido” por Deus. A batalha contra uma coligação de reis mouros deu-se no dia 25 de Julho, dia de Santiago, “o Matamouros”. Óptimo augúrio. No dia anterior, segundo a lenda, Jesus Cristo aparecera-lhe. O agouro passava a coisa certa. Apesar de o inimigo estar em superioridade numérica, do lado cristão estavam a fé e a certeza de ganhar. No final do dia, cinco reis mouros morreram às mãos do infante, aclamado rei pelas tropas. “Cinco escudos azuis esclarecidos / em sinal destes cinco reis vencidos”, canta Camões em “Os Lusíadas”. Explica assim a origem dos cinco escudos no brasão de Portugal.

Em 1143 D. Afonso Henriques dirige-se ao Papa Inocêncio II e declara Portugal tributário da Santa Sé. Um pagamento anual seria a contrapartida pela protecção pontifícia. O acordo é assinado em 5 de Outubro desse ano, em Zamora, por Afonso Henriques, seu primo Afonso VII, rei de Castela e Leão, e por um representante do Papa, o cardeal Guido de Vico. No entanto, é só em 1179 que o papa Alexandre III irá confirmar a soberania portuguesa. “O que somos deve-se, em primeira linha, à coragem e à determinação desse rei”, afirma Marcelo Rebelo de Sousa, professor catedrático da Universidade de Lisboa. “Avançar para aquilo que somos hoje foi a mais importante decisão que tomou.”

Já senhor dos seus domínios, D. Afonso Henriques casa com D. Mafalda de Sabóia, em 1146, e garante descendência. Dedica-se a alargar o território, reconquistando as terras tomadas pelos mouros. Em 1147 ocupa Santarém e Lisboa, cidade conquistada graças à ajuda de cruzados que seguiam para a Terra Santa. Afonso I de Portugal convencera-os de que a luta contra o infiel poderia ser feita em qualquer lado... E que o saque, sempre valioso, poderia servir de incentivo. Sucederam-se Palmela, Almada, Sintra, Beja, Évora, Moura, Serpa e Sesimbra. “Aos reis que se seguiram até D. Dinis, bastou andar no carro que D. Afonso Henriques deixou a trabalhar”, brinca António Sousa Cardoso, director-geral da Associação de Jovens Empresários.

Em 1169, com 60 anos, ao tentar tomar a cidade de Badajoz, fica ferido numa perna. Viveu mais 16 anos depois deste episódio. Só não se sabe o que restou da sua força e mobilidade. Actualmente, um conjunto de especialistas, que inclui antropólogos, geneticistas, médicos e historiadores, pretende analisar os restos mortais do primeiro rei de Portugal para comprovar não só este ferimento como outras maleitas de que terá sofrido, como a osteoporose. A tradição garante que seria alto e bem constituído - belo até. As novas tecnologias poderão confirmar a sua altura, mas não a fisionomia. Quando o túmulo for aberto - o que se julga estar para breve - algumas perguntas poderão ter resposta. Outras não. Mas é disso que se fazem os mitos, e Afonso Henriques sabia-o. “Foi rei, guerreiro e estadista. Mas foi, também, um ‘director de marketing’ absolutamente fantástico”, diz Leonor Pinhão, jornalista.

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El Laberinto Español : (debate) Los Indeseables en Francia


El director del programa, Jorge Martínez Reverte, conducirá en el plató un debate en torno al tema “El exilio: Indeseables en Francia” en el que participarán Secundino Serrano, catedrático de Enseñanza Media en el Instituto Claudio Sánchez-Albornoz de León y uno de los máximos especialistas en la guerrilla antifranquista; Javier Reverte, periodista, escritor y viajero; y Rosa Torán, historiadora y vicepresidenta de la Asociación Amical de Mauthausen.

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